domingo, 1 de julho de 2012

PALADAR * - a página

 Feira em Paris

Minha relação com a cozinha começou cedo. Ainda adolescente, por volta dos 12, 13 anos, morava com meus pais em Manaus. Minha mãe sempre nos incentivou à independência e ensinou a mim e a minha irmã alguns pratos básicos para fazer na cozinha. Em pouco tempo, o meu arroz passou a ser o melhor da família. Não que isso seja uma grande vantagem; além do arroz, aprendi logo a fazer um bolo de chocolate no liquidificador - de facilidade vergonhosa - que quase sempre deu muito certo (exceto por uma vez que troquei a farinha de trigo por polvilho e, claro, o bolo virou uma borracha).

Mas não adquiri nenhuma paixão pela culinária e a atração pelas panelas, temperos e ingredientes ficou adormecida. Uma coisa não nego, sempre adorei comer. Há três anos, depois de uma temporada morando em Brasília, retornei ao Rio de Janeiro e um detalhe fez acordar esse prazer por cozinhar. Passei a ser vizinha de uma grande amiga da faculdade, Sheila Machado, que virou uma incentivadora e desafiadora da arte da cozinha. Juntas, passamos a experimentar receitas e a fazer almoços e jantares para receber os nossos amigos.

E foi a mesma Sheila que teve a ideia de tirar este blog da letargia, criando a página PALADAR, para compartilhar experiências, receitas e invenções dessa fase Gordice.

Confesso que a ideia mais que me agradou e está servindo como terapia. Antes, cozinhar era um prazer pelo compartilhar, sempre diretamente relacionado a dedicar momentos na cozinha para agradar pessoas queridas. Mais recentemente, no entanto, tem sido a única coisa que ocupa relativo tempo e ocupa a mente.

Vamos, então, compartilhar - palavra que está na moda, muito mais que a ação! - tempo gasto e ocupado.

Desfrutem!

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(*) A escolha do nome PALADAR para batizar essa página não é aleatória. Vem do Brasil a razão para os cubanos usarem a palavra “paladar” para seus restaurantes. O batismo ocorreu no anos 90, em meio à crise econômica que se seguiu ao fim da União Soviética. A TV cubana passava então a novela “Vale Tudo”, na qual a personagem Raquel, de Regina Duarte, depois de sofrer nas mãos da filha Maria de Fátima, deixava de vender sanduíches na praia e montava um restaurante – justamente o que os cubanos então faziam clandestinamente. O nome do restaurante era Paladar.
Fonte: Estadão

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