domingo, 29 de maio de 2011

Se a internet é lenta, por que a compra-web seria eficiente?

Em se tratando de Cuba, não confie em compras antecipadas pela internet. O que vale como planejamento de viagem para países da América e Europa, na ilha pode transformar-se em um grande atraso na sua lista de cidades a conhecer. Compramos as nossas passagens Havana-Trinidad-Santiago de Cuba

Creia, essa é a passagem
(Foto: Mariana Dantas)


aqui no Brasil, pelo site da Via Azul, que é a única companhia rodoviária que faz esses trechos. Qual não foi a nossa surpresa ao tentar trocar o voucher pelos tíquetes na rodoviária e descobrir que o horário da saída do nosso ônibus não existia há pelo menos alguns anos. Ou seja, atualização em homepage, nem pensar!

Tínhamos tudo planejado para sair da Havana, passar alguns dias em Trinidad e depois cruzar o restante do país até o outro extreno na musical Santiago de Cuba. A ideia era que nesse meio tempo, utilizássemos os dias entre uma partida e outra para conhecer Cayo Coco ou Cayo Guillermo. Em alguns minutos, na sala da companhia na Rodoviária de Havana, percebemos que todo o nosso roteiro poderia ruir com essa mudança de horário, já que a partida de Trinidad para Santiago seria antecipada em quase um dia inteiro. E agora, Fidel?

Como bem já comentamos por aqui, numa fração de segundos surgiram vários jineteros oferecendo-se para nos levar de carro, fazendo mil garantias que nada asseguravam. Tudo muito pouco ou nada profissional, tanto a companhia, quanto as ofertas de motoristas particulares (se é que, neste caso, algo pode ser profissional. NÃO RECOMENDAMOS!!!). Voltamos pra casa da Olga e resolvemos encampar o preju, perder um dia em Santiago e garantir que conheceríamos pelo menos Cayo Guillermo. O que, lá na frente, acabou configurando-se como uma grande opção. O Santo Protetor dos Viajantes atuou em nossa defesa e nem sabíamos disso àquele momento!

DICAS:
- Compre suas passagens de ônibus na rodoviária de Havana
- Não aceite as ofertas de motoristas privados, se a escolha for essa, contrate companhia oficial

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Fidel e a morte de Osama

O site do Monitor Mercantil publicou no último dia 05/05/2011 uma tradução da carta que o ex-presidente de Cuba, Fidel Castro, divulgou após o assassinato do líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden.

Dica de Joana Contino. Reprodução abaixo.
:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

O assassinato de Osama Bin Laden


Aqueles que se ocupam desses temas sabem que, em 11 de setembro de 2001, nosso povo se solidarizou com o dos Estados Unidos e deu a modesta cooperação que podíamos oferecer no campo da saúde às vítimas do brutal atentado às Torres Gêmeas de Nova York.

Oferecemos também de imediato as pistas aéreas de nosso país para os aviões norte-americanos que não tiveram onde aterrissar, dado o caos reinante nas primeiras horas depois daquele golpe.

É conhecida a posição histórica da Revolução Cubana que se opôs sempre às ações que puseram em perigo a vida de civis.

Partidários decididos da luta armada contra a tirania batistiana, éramos, por outro lado, opostos por princípio a todo ato terrorista que conduzisse à morte de pessoas inocentes. Tal conduta, mantida ao longo de mais de meio século, nos dá o direito de expressar um ponto de vista sobre o delicado tema.

No ato público de massas efetuado na Cidade do Esporte expressei naquele dia a convicção de que o terrorismo internacional jamais se resolveria mediante a violência e a guerra.

Bin Laden foi, certamente, durante anos, amigo dos Estados Unidos, que o treinou militarmente, e adversário da URSS e do socialismo, mas qualquer que fossem os atos atribuídos a ele, o assassinato de um ser humano desarmado e acompanhado de familiares constitui um fato repugnante. Aparentemente foi isso que fez o governo da nação mais poderosa de todos os tempos.

O discurso elaborado com esmero por Obama para anunciar a morte de Bin Laden afirma: "…sabemos que as piores imagens são aquelas que foram invisíveis para o mundo. O lugar vazio na mesa. As crianças que se viram forçadas a crescer sem sua mãe ou seu pai. Os pais que nunca voltarão a sentir o abraço de um filho. Cerca de 3 mil cidadãos se foram para longe de nós, deixando um enorme buraco em nossos corações".

Esse parágrafo encerra uma dramática verdade, mas não pode impedir que as pessoas honestas recordem as guerras injustas desencadeadas pelos Estados Unidos no Iraque e Afeganistão, as centenas de milhares de crianças que se viram forçadas a crescer sem sua mãe ou seu pai e os pais que nunca voltariam a sentir o abraço de um filho.

Milhões de cidadãos se foram para longe de seus povos no Iraque, Afeganistão, Vietnã, Laos, Cambodja, Cuba e outros muitos países do mundo.

Da mente de centenas de milhões de pessoas não se apagaram tampouco as horríveis imagens de seres humanos que em Guantânamo, território ocupado de Cuba, desfilam silenciosamente submetidos durante meses e inclusive anos a insuportáveis e enlouquecedoras torturas; são pessoas sequestradas e transportadas a prisões secretas com a cumplicidade hipócrita de sociedades supostamente civilizadas.

Obama não tem como ocultar que Osama foi executado na presença de seus filhos e esposas, agora em poder das autoridades do Paquistão, um país muçulmano de quase 200 milhões de habitantes, cujas leis foram violadas, sua dignidade nacional ofendida, e suas tradições religiosas ultrajadas.

Como impedirá agora que as mulheres e os filhos da pessoa executada sem lei nem julgamento expliquem o ocorrido, e as imagens sejam transmitidas ao mundo?

Em 28 de janeiro de 2002, o jornalista da CBS Dan Rather difundiu por meio dessa emissora de televisão que em 10 de setembro de 2001, um dia antes dos atentados ao World Trade Center e ao Pentágono, Osama Bin Laden foi submetido a uma hemodiálise do rim em um hospital militar do Paquistão. Não estava em condições de esconder-se nem de proteger-se em cavernas profundas.

Assassiná-lo e enviá-lo às profundezas do mar demonstram medo e insegurança, convertem-no em um personagem muito mais perigoso.

A própria opinião pública dos Estados Unidos, depois da euforia inicial, terminará criticando os métodos que, longe de proteger os cidadãos, terminam multiplicando os sentimentos de ódio e vingança contra eles.



Fidel Castro Ruz

Ex-presidente de Cuba

Fonte: Cubadebate

Tradução da Redação do Vermelho

terça-feira, 3 de maio de 2011

Saudades de Cuba



Tenho ouvido muito os álbuns adquiridos na viagem. Neste momento, escuto o cd vendido em La Bodeguita Del Medio, a faixa Dame un Traguito.