quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Cuba no JN: vida no interior

Para assistir à reportagem na íntegra, clique aqui


Alertada por amigos via redes sociais de que o Jornal Nacional da TV Globo faria uma série sobre Cuba ao longo desta semana, pensei de cara que teria bons motivos para retomar as postagens aqui no blog. E a ideia é mesmo essa, dar as minhas impressões sobre o que o telejornal apresenta sobre a ilha e o que de fato vi por lá.

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A reportagem de estréia da série se propõe a discutir sobre as dificuldades dos moradores do interior do país e, para isso, usou como personagem Gladys, uma cubana com cidadania européia que passou 90 dias em Miami trabalhando e estava retornando à sua família na ilha.

Li comentários de amigos criticando a abordagem do JN sobre Cuba e dizendo que jamais a emissora de Roberto Marinho seria fiel aos fatos em relatos sobre o país comunista. Pois bem. Longe de mim defender ou condenar a emissora, mas nada do que vi na reportagem foi diferente do que pude conferir com meus próprios olhos.

Sim, a vida do morador do interior cubano é infinitamente mais precária que o que reside em Havana. Mais perto do poder, o morador da capital tem mais acesso a produtos e serviços. A quem está no interior resta muito pouco do pouco que se tem. Para a maioria não existe sequer a caderneta mensal de produtos mínimos distribuída aos que estão na capital. Pude ver com meus próprios olhos e ouvir relatos de pessoas com quem conversei em Trinidad e Santiago muitas críticas ao modelo e ao abandono a que estão relegados. Não há trabalho, não há comida, não há acesso.

A reportagem mostra que os cubanos que conseguem sair do país, ao retornar, levam malas repletas de produtos e alimentos para quem ficou. E isso é fato. Vale a crítica ao embargo imposto pelos Estados Unidos - que completa 50 anos em janeiro de 2012. Mas vale também a reflexão sobre o modelo comunista proposto.

Há mais educação e saúde para a população de Cuba do que poderíamos supor no Brasil. Fato. Mas falta comida, serviços públicos de qualidade e liberdade de ir e vir (apenas para citar alguns exemplos).

Não defendo o modelo capitalista do Ocidente. Igualmente não defendo o modelo de comunista adotado por Cuba. O mundo precisa de algo novo, que não é nada parecido com o que temos experimentado.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Saudades de Cuba, saudades de mim


Há um ano, Adriana, Bel, Mariana, Marcos e eu vivíamos a aventura de desvendar o arquipélago de Cuba em 15 dias. Como em toda viagem que se preze, 15 dias é muito pouco e deixa um gostinho de quero mais. Foi possível conhecer detalhes da cultura, da política, da economia, das belezas e mazelas cubanas; mas cidades e regiões não foram visitadas por nós e, claro, o gostinho de quero mais permanece aqui.

Um ano passado da experiência, mês de dezembro, época de já tradicional nostalgia. A vontade de reviver aquela sensação de liberdade, totalmente musical, o novo, a descoberta, férias. Preciso de novos destinos, preciso de novo período de descanso.

Interessante pensar, ao mesmo tempo, que nada seria como antes. Afinal, nestes dozes meses, Cuba passou por várias mudanças. Transformações de ordem política que certamente mudarão a vida dos habitantes da colorida e animada ilha. A Cuba que vimos, não existe mais.

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A MUDANÇA DA SEMANA
(informação publicada nos principais sites de notícia do Brasil e do mundo)

O governo de Cuba já registrou a negociação de mais de 3 mil carros desde que permitiu, no começo de outubro, a compra e venda de veículos na ilha, modalidade que esteve proibida por cerca de 50 anos no país.


Dados oficiais apontam que desde o último dia 25 de novembro os escritórios do Registro de Veículos emitiram 14.630 certificados de inscrição ligados ao Decreto 292, que permite a comercialização de carros.

A medida ainda possibilita aos cubanos, além de comprar ou vender, serem proprietários de mais de um veículo ou doar seus carros. Desta forma, mais de 990 doações foram registradas, sendo que 341 delas foram realizadas na capital de Cuba, Havana.

Desde que assumiu o governo, em 2008, o presidente Rául Castro vem tomando uma série de medidas econômicas que pretendem aumentar o peso da iniciativa privada na ilha. Essas reformas têm como objetivo "atualizar" o socialismo cubano.