A fragilidade física de Fidel não é novidade, muito menos que a saída dele da cúpula do PC era prevista. A novidade é a série de propostas que estão sendo gestadas e que podem levar muitas mudanças à vida do povo cubano.
Ainda que as propostas apresentadas por Raúl Castro ao Partido Comunista ainda não tenham sido detalhadas, a imprensa já fala em "plano de reformas que significará mudança sem precedentes". Do que tem se falado, destaco a limitação de até 10 anos de manutenção em cargo público (ainda é muito!) e a permissão de que cubanos possam vender imóveis pela primeira vez desde a Revolução.
A proibição de venda de imóveis, ainda em vigor, trouxe muitos problemas para o cotidiano dos cubanos. E isso foi tema de diversas conversas nossas com os residentes. Sem poder comprar ou vender imóveis - o que faz sentido no socialismo (não há propriedade privada), mas não na realidade - as famílias foram se aglutinando nas residências em que já viviam antes da revolução. Pais, filhos, netos, genros, noras, cunhados... Todos juntos, habitando o mesmo espaço e tendo que compartilhar privacidades, problemas. Não deu certo, tanto que o índice de divórcio em Cuba é um dos maiores.
Poder vender e comprar imóveis também não resolve, no entanto, porque o cubano não tem recursos para comprá-los. Ou seja, as belíssimas construções dos bairros de Vedado, Malecón, Miramar serão vendidas a estrangeiros e a população seguirá sem ter onde morar.
Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos e torcer para que este plano seja algo de fato bom para a população cubana.
eu tenho muito medo que o povo cubana se lasque com a fúria capitalista estrangeira, especialmente àquela relacionada a bens imobiliários. pensa, aqueles imóveis maravilhosos em malecón! eles devem valer muito dinheiro... daí, se isso acontecer, cuba perderá o sentido. não quero ir para um lugar e encontrar europeus ou americanos de novo. o melhor de cuba, é o povo cubano.
ResponderExcluirOlá, bem-vinda ao blog.
ResponderExcluirVocê tem parte de razão. Mas o que adianta aqueles imóveis lindos do Malecón sem uso ou, pior, sendo explorados e utilizados (usurpados) pela elite cubana. Pois é, por mais contraditório que isso seja, existe uma elite. Ligada ao governo, à família Castro, que consome na Europa, tem dinheiro... Enfim, não sei qual seria o caminho, mas penso que não é nem lá, nem cá. Que eles sejam sábios nas escolhas!
Abs,
Naila